4.1.1. Elaboração e execução do Diagnóstico Rural Participativo (DRP) e da Matriz FOFA
Os Diagnósticos Rural Participativo (DRP) e uma Matriz de análise das ações nas comunidades com as Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças – FOFA foram realizados e os relatórios, juntamente com o banco de fotos, entregue. Esses exercícios foram realizados em um ambiente coletivo, com troca de saberes e balizamento das informações com as famílias agricultoras.
Um DRP tem como objetivo auxiliar o contorno de possíveis problemas na pesquisa de campo, possibilitar a triangulação de dados, contribuindo para aumentar a confiabilidade dos resultados obtidos e apresenta como característica a utilização de métodos mistos para a aquisição e interpretação dos dados em um processo, em que os participantes refletem, junto com os técnicos, sobre possíveis ações que resultem nas melhores intervenções para o sucesso das ações na localidade.
O Mapa Falado é a base do DRP, por ser uma metodologia que possibilita o registro e a visualização, de forma esquemática, das diferentes partes da região (áreas de produção, áreas protegidas, infraestrutura, áreas degradadas e áreas para plantios florestais, distribuição das famílias na comunidade, entre outros), os serviços existentes e sua distribuição nas diversas áreas identificadas, de acordo com a visão e a participação dos próprios moradores. O diagnóstico é finalizado com a transcrição de mapas em folhas de papel.
Cada Diagnóstico foi essencial, portanto, para quantificar e qualificar as famílias parceiras do Projeto, sendo indispensável para definir as ações socioprodutivas que serão implantadas (entre SAFs, cercas-vivas e quintais produtivos), para aumento da geração de renda e contribuição com a segurança alimentar.
A equipe técnica da Fundação Araripe partiu da perspectiva de que a lógica de entendimento deveria ser aberta as adversidades, as diferenças e ao redesenho de concepções preestabelecidas. Sendo assim, era preciso ampliar o leque de interpretação da realidade e do que realmente se estava em busca de alcançar com o uso desse instrumento, visto que existe uma rede de conceitos e práticas que perpassam de forma transversal a aplicabilidade do DRP, considerando esse marco conceitual capaz de auxiliar de forma qualitativa a formação cidadã dos técnicos envolvidos e dos moradores das comunidades rurais.
O Diagnóstico Rural Participativo foi elaborado e desenvolvido de modo a contemplar o olhar das famílias sobre a temática da restauração e como essa atividade é vista pelas comunidades. O processo de restauração não é prática comum ou entendida como ação importante ou essencial para as famílias, que sempre lamentam ter que andar cada vez mais longe em busca da matéria-prima necessária para o desenvolvimento de seus produtos, seja o extrativismo com o Pequi, Babaçu, Umbu, Pinha, dentre outros, seja para a formação do banco de forragem, essencial para a manutenção do rebanho, principalmente na época de seca.
Em conjunto com o DRP foi construído o perfil de cada comunidade por meio da elaboração conjunta com as famílias de uma Matriz FOFA. Pois essa, para as ações do Projeto, foi essencial para ouvir das famílias como elas se veem dentro de sua localidade e inseridas nas atividades, suas fraquezas, forças e expectativas. Com a matriz FOFA construída coletivamente, foi possível se concentrar em como implementar as oportunidades encontradas e em que momento são sinérgicas com os objetivos traçados no Projeto.
Para realização dos DRP nas comunidades foram realizadas visitas técnicas junto as comunidades para entrevistas, aplicação de questionários, levantamento da Linha de Tempo, elaboração de Mapas, aplicação de diagnostico, matriz FOFA, envolvendo toda a equipe de campo, que organizada em grupos para uma força tarefa de 2 dias em cada comunidade.