4.4.1. Coleta e beneficiamento das sementes florestais nativas
O processo de coleta de sementes envolve as comunidades beneficiárias do Projeto, em áreas denominadas ACS – Áreas de Coleta de Sementes. As ACS estão marcadas nas comunidades, de modo a garantir segurança e confiabilidade quanto ao material coletado. Essas áreas de coleta têm facilidade e acesso permanente às árvores matrizes, marcadas para facilitar sua identificação e registro em planilhas de envio periódico. Toda a ação é realizada sob o ATER e monitoramento da equipe técnica do Projeto. Destaca-se que as diversas técnicas de coleta estão orientadas no sentido de sustentabilidade das operações de maneira a contribuir para a manutenção das paisagens florestais e serviços ecossistêmicos, com foco no uso sustentável da floresta.
Levantamentos de remanescentes de vegetação nativa do bioma Caatinga são realizados nas comunidades e seu entorno, para delimitação de ACS. As áreas são identificadas e catalogadas entre áreas coletivas e privadas, sempre com o acompanhamento de representantes de cada comunidade. O Diagnóstico Rural Participativo provou informações sobre essas áreas, seus riscos, acessos, a disponibilidade de sementes nativas da Caatinga e ajuda a identificar os desafios para a continuidade do processo de coleta.
As árvores matrizes são marcadas para catálogo e coleta. Dados de fenologia das espécies catalogadas serão analisados, para montagem de cronograma de atividades, de acordo com a época de concentração e frutificação. Esse processo de levantamento fenológico é executado com pessoas das comunidades, que são os olhos da dinâmica florestal no processo, participando da escolha das matrizes e da coleta de sementes. O Projeto Pomares da Caatinga tem como meta a coleta de 1,5 milhão de sementes da maior diversidade possível durante seu tempo de execução, para abastecimento de viveiros e produção de mudas, sempre obedecendo a critérios definidos para garantir qualidade e procedência do material genético.
As pessoas envolvidas na capacitação realizam, acompanhadas da equipe técnica, a marcação de ACS, das matrizes e estão envolvidas nas fases de produção de sementes (coleta, beneficiamento, secagem, armazenamento).
De abril de 2023 até o mês de setembro de 2024, foram coletadas mais de 1 milhão de sementes de espécies, nativas, frutíferas e adaptadas às regiões de plantio, distribuídas, proporcionalmente, nos viveiros florestais parceiros do Projeto.
As Áreas de Coleta de Sementes (ACS), representam remanescentes de vegetação nativa que abrigam as árvores matrizes (porta sementes), indivíduos que produzem frutos em grande quantidade, onde a equipe técnica retira aproximadamente 70% dos frutos. Os demais 30% são para a alimentação da fauna e a dispersão natural da espécie no ambiente.