6.1.1. Executar o plantio das áreas em processo de degradação

Como ação de pré-plantio foram realizadas análises do solo para avaliar suas características físico-químicas e determinar as intervenções necessárias nas covas (berços), para que haja uma nutrição inicial adequada para as mudas se desenvolverem e abertura suficiente para adequação do sistema radicular. Em caso de áreas que estejam cobertas parcialmente por espécies do extrato herbáceos, foi executada uma limpeza prévia da área do berço em um raio de 0,5m, porém sem eliminar do ambiente essas plantas, que irão servir de cobertura morta e proteção do solo para evitar a degradação deste e contribuir com a recarga hídrica e infiltração de água no solo.

O plantio das mudas possui espaçamento de 3 x 3 m em áreas abertas, que apresente vegetação rala e espaçada entre si. Plantio estratégicos em locais de grande visitação pública, para adensamento e enriquecimento das áreas e divulgação do Projeto para os visitantes, têm espaçamento de 4 x 3 m, o que permitirá turistas, moradores e visitantes acompanharem as intervenções realizadas e conhecer o Projeto in loco e compreender a importância do plantio para revegetação e recuperação ambiental de um espaço público, que recebe centenas de visitantes periodicamente.

No total, serão plantadas 365 mil mudas em uma área de 227 ha, englobando a Biorregião do Araripe, a Mesorregião do Sertão Pernambucano e o Núcleo de desertificação de Irauçuba. O monitoramento das áreas plantadas será realizado pela equipe técnica, que irá orientar técnicos de instituições parcerias e famílias agricultoras para auxílio no acompanhamento do desenvolvimento dos plantios.

Serão realizadas visitas mensais nas áreas estratégicas de visitação e nas outras haverá um acompanhamento muito intenso nos seis primeiros messes e mais espaçados trimestralmente ao longo da implementação, para fins de monitoramento e acompanhamento do desenvolvimento das plantas. As famílias beneficiárias serão parte do processo de monitoramento, atuando como agentes ambientais colaboradores, participando das ações de visitas e acompanhamento do desenvolvimento das plantas, informando qualquer problema relacionado aos locais de plantio à equipe, que irá realizar a intervenção necessária, em conjunto com os (as) agentes ambientais.

O Núcleo Gestor Integrado – NGI Araripe/ICMBio divulgou resultados de mapeamento e monitoramento de números recordes de queimadas ao longo da APA Chapada do Araripe e entorno da FLONA NEGREIROS, o que, por si só, já coloca qualquer ação de plantio em risco, pois vizinhos das famílias beneficiárias realizam as brocas e queimam suas áreas, colocando em risco outras áreas, com descontrole do fogo. Entre julho e outubro de 2023, as queimadas foram as maiores e com mais pontos e locais diferentes, registradas nos últimos quatro anos. O número de pessoas doentes triplicou nos hospitais devido ao excesso de fumaça, fuligem, alta temperatura a baixa umidade, de acordo com Nota publicada pelo Hospital Regional de Barbalha-CE. A situação se repete na Mesorregião do Sertão Pernambucano e no Núcleo de Desertificação de Irauçuba.

Matérias em programas de tv local são realizadas que mostram essa situação crítica que vive o semiárido nos últimos meses.
Nesse cenário, a Fundação Araripe enviou a reprogramação – aprovada pela equipe do FSA CAIXA, para o início do plantio após a redução desse quadro ambiental e climático severo que o semiárido viveu nos últimos meses de 2023.

Situação: 17% concluído. Com a entrada do recurso na segunda quinzena do mês março, a equipe acelerou o processo de plantio para não perder totalmente a quadra chuvosa e conseguir expedir a maior parte das mudas produzidas para campo. Até o momento, foram plantadas 48 mil mudas nas áreas marcadas. A próxima fase do plantio será continuada a partir de janeiro de 2025.
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