8.1.1. Executar ações de educação ambiental nos seis viveiros florestais, nas áreas plantadas e nas áreas de uso sustentável em processo de recuperação e revegetação
As visitas técnicas aos viveiros florestais e nas áreas são alinhadas com parceiros, organizações governamentais, instituições de pesquisa, ensino e extensão, escolas e setores da sociedade civil, de modo a divulgar o Projeto Pomares da Caatinga e difundir a importância de um viveiro florestal para a região e seu impacto no processo de plantio e resgate da vegetação nativa.
O processo de educação ambiental, além da conscientização ambiental sobre conservação e recuperação de áreas, visa assegurar que todas as ações em cursos sejam percebidas como formas de melhorar as atividades socio produtivas das comunidades, por meio de plantios mais próximos das unidades de beneficiamento, minimizando os esforços das famílias nos processo de coleta, além de assegurar uma produção de frutos nativos, potencializando as unidades de beneficiamento existentes, contribuindo diretamente para a melhoria da renda das Famílias.
Em 16 de junho, foi realizado um dia de campo no viveiro florestal de Jardim, com o intuito de estimular o grupo a desenvolver a atividade de coleta de sementes. Para tanto, foram mostradas as diferenças entre sementes de boa e baixa qualidade, como analisar, beneficiar e tratar as sementes de forma correta. Estiveram presentes 11 agricultores (as), para acompanhar o processo técnico de produção de sementes florestais.
Foi realizado um dia de campo no Viveiro Florestal de Conceição das Crioulas, no dia 14 de outubro, celebrando o Dia da Mulher Agricultora, onde sindicatos de mulheres rurais de Serrita e Salgueiro foram visitar o Viveiro florestal do Quilombo e acompanhar as atividades de produção de mudas, que conta com a colaboração de mulheres da comunidade, como experiência exitosa de um potencial empreendimento econômico.
Como destaque no processo de comunicação, tivemos o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, realizado no Quilombo de Conceição das Crioulas, distrito de Salgueiro-PE. O evento contou com a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente de Salgueiro e da turma do nono ano, da Rede Estadual de Ensino. O evento foi realizado na área do viveiro florestal comunitário do quilombo, mantido pelo Pomares da Caatinga, em parceria com a Associação Quilombola, onde foi mostrado o processo de produção de mudas, coleta de sementes, tratos e preparo do substrato para o enchimento dos saquinhos e encanteiramento. Para além da produção de mudas, o dia de campo realizado destacou a parceria de longa data entre a Fundação Araripe e o Quilombo de Conceição das Crioulas, no apoio às lutas sociais e condições mais dignas aos moradores do quilombo. Maria de Lourdes, colaborado no Projeto, destacou a origem do Quilombo, trazendo à tona um pouco das raízes do seu povo. O nome do quilombo ressalta a importância das mulheres na conquista de seu território e a devoção a Nossa Senhora da Conceição, cuja imagem pertencia a um homem chamado Francisco José, que chegou ao local juntamente com as fundadoras. A devoção se expressa na edificação de uma capela e na doação, pela crioula Francisca Ferreira, de parte das terras conquistadas à padroeira.
Outra ação estratégica divulgada nas mídias sociais da Fundação e de parceiros foi o Dia de Campo no Viveiro Florestal de Jardim, que ocorreu no dia 10 de dezembro de 2023, que contou com a comunidade Olho d’água, que fica no município de Jardim-CE. Participaram das atividades práticas no local 20 pessoas, sendo 13 mulheres e 07 homens. A ação trouxe aos participantes um pouco dos processos de coleta de sementes, e toda a sua cadeia produtiva: beneficiamento, secagem, armazenamento e semeadura. A produção de mudas fez parte do circuito, destacando-se os processos de formação do substrato, enchimento dos saquinhos e tratos dos canteiros de produção, com manutenção e irrigação adequada. Os Dias de campo nos viveiros florestais são executados de modo a integrar cada comunidade no Projeto, demonstrar os processos que levam as mudas de espécies florestais a estarem aptas ao plantio, as principais diferenças para o cultivo de espécies agrícolas, principalmente as anuais, e o destino das sementes, que muitas famílias têm participado no processo de coleta.
A Associação Quilombola de Conceição das Crioulas convidou, junto com a Fundação Araripe, alguns associados/as cadastrados/as no Projeto Pomares da Caatinga para um dia de campo, para acompanhar a produção de mudas e conversar sobre o avanço nas áreas a serem plantadas, em seus Sistemas Agroflorestais e Quintais Produtivos. A atividade ocorreu no dia 21 de fevereiro de 2024, no entorno do Viveiro florestal comunitário do quilombo. Na ocasião, foram apresentadas as espécies que estão se desenvolvendo no referido viveiro e que cada agricultor/a irá receber para o plantio em sua área. No momento de mais interatividade, perguntas sobre as melhores espécies para cerca e para enriquecimento de cada ambiente de SAF e Quintais foram respondidas, de modo a cada participante conhecer melhor as espécies que serão utilizadas.
Na mesma data, a Fundação Araripe recebeu, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Prefeitura Municipal de Serrita, uma missão do SEBRAE-PE no Viveiro Florestal de Serrita, para conhecimento sobre o Projeto Pomares da Caatinga e sua integração local com produtores rurais e a Unidade de Conservação FLONA Negreiros. Os visitantes puderam acompanhar os processos de produção de mudas e sua manutenção, bem como a importância de viveiros florestais enquanto ambiente promissor e potencialmente empreendedor.
No dia 09 de março de 2024, a Associação dos Quilombolas de Conceição das Crioulas, distrito de Salgueiro-PE, realizou um dia de campo para celebrar a parceria e a visita do grupo Identidades, um Coletivo de Ação e Investigação Sociocultural, estabelecido por meio de arranjos institucionais nas áreas de abrangência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O IDENTIDADES surgiu no seguimento das ações de intercâmbio cultural realizadas sob as denominações de “cumpliCIDADES”, “desEncobrimentos” e “Travessias”, da responsabilidade da ACERT – Associação Cultural e Recreativa de Tondela e da GESTO Cooperativa Cultural, CRL, em parceria com instituições do Brasil e de Moçambique. Nesse cenário, o grupo português visitou o quilombo e conheceu as experiências de plantio e produção de mudas, que estão em desenvolvimento pelo Projeto Pomares da Caatinga. Na ocasião, o grupo acompanhou os processos de produção de mudas, visitaram alguns locais de plantio e participaram do debate sobre a importância da conservação da biodiversidade e a importância dos plantios socioprodutivos para as famílias agricultoras da região.
Para dar início aos plantios no Núcleo de Desertificação de Irauçuba, a Fundação Araripe, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Ceará, realizou os primeiros plantios com a participação dos AJAs de Irauçuba, no dia 15 de março de 2024. Na ocasião, a família agricultora plantou, em conjunto com a equipe da Fundação Araripe e os AJAs, 70 mudas de Moringa e 80 de Sabiá, como parte das ações de educação ambiental com os jovens estudantes da rede pública de ensino. A ação promoveu a importância do plantio e da conservação da vegetação, como formas de assegurar a qualidade dos recursos hídricos, bem como o manejo e conservação do solo.
A Associação Quilombola de Conceição das Crioulas, distrito de Salgueiro-PE, por meio do Pomares da Caatinga, promoveu um dia de campo, no dia 16 de março de 2024, nas áreas de plantio e do Viveiro Florestal Comunitário, envolvendo estudantes do ensino médio da Escola de Referência em Ensino Médio Aura Sampaio Parente Muniz.
A ação contou com a participação de professores, estudantes e os colaboradores do Projeto para visita técnica e debate sobre a importância da restauração florestal socioprodutiva, como ferramenta estratégica para o combate à desertificação e mitigação dos efeitos do clima. Na ocasião, os/as estudantes puderam acompanhar um dia de produção de mudas no viveiro florestal e conhecer algumas experiências de plantio na comunidade do Quilombo.
A Agência Estadual de Meio Ambiente do Estado de Pernambuco (CPRH) esteve em uma visita técnica ao viveiro florestal do Quilombo de Conceição das Crioulas-PE, no dia 22 de março de 2024, para conhecer as instalações do viveiro e as técnicas aplicadas para a produção e manutenção de mudas florestais nativas e adaptadas ao semiárido. Nesse contexto, discutiu-se a importância do fortalecimento institucional para a promoção dos processos de restauração por toda a caatinga pernambucana e as ações de convivência com a semiaridez, bem como a participação das comunidades tradicionais nesse processo.
No dia 05 de abril de 2024, a Fundação Araripe foi convidada pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente, para participar das ações referente a Semana de Água e Meio ambiente do Sítio Fundão, recebendo estudantes da rede pública de ensino e debater a importância da manutenção e conservação dos recursos naturais, áreas de recarga hídrica e Áreas de Preservação Permanente.
Além da discussão sobre a importância dos processos de recuperação e manutenção da floresta e dos recursos hídricos para a qualidade ambiental e humana, foi tratada a questão sobre os incêndios florestais e a relação da população local com os cuidados com os remanescentes de florestas nativas.
No dia 22 de junho de 2024, a equipe técnica da Fundação Araripe participou de uma missa especial celebrada na comunidade da Baixa do Maracujá, para comemoração e reflexão sobreo mês do meio ambiente. Na ocasião, foi realizado o plantio de mudas na praça localizada no entorno da igreja e contou com a participação dos fiéis e do padre. A equipe técnica da instituição apresentou a importância dos processos de restauração socioecológica e a contribuição da população para conservação do ambiente em que vivem.
A Fundação Araripe é membro da Rede para Restauração da Caatinga (RECAA), participando para a construção de bases coletivas e colaborativas dos processos de restauração do bioma. Assim, no dia 08 de julho de 2024, foi realizada uma apresentação para os membros do conselho da RECAA e demais participantes da V Conferência Brasileira de Restauração Ecológica, promovida pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE), em Juazeiro-BA. Na ocasião, foram discutidas as ações estratégicas de restauração que a Rede executa pela Caatinga e a Fundação Araripe destacou as metas e resultados parciais obtidos em seus projetos, com destaque ao Pomares da Caatinga.
Com o intuito de difundir as tecnologias de emissão de baixo carbono, as tecnologias sociais e os processos de restauração socioprodutiva, a Fundação Araripe realizou a palestra intitulada “Gestão Integrada dos Recursos Naturais”, para técnicos das regionais de todo o Cariri da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce). A ação buscou fortalecer a importância das temáticas nas ações de Ater realizadas pelo Ceará, principalmente na região do Cariri e da APA Chapada do Araripe, onde a Ematerce atua junto às famílias agricultoras e sistemas produtivos sustentáveis.
A Fundação Araripe foi convidada para o I Congresso Internacional sobre Mudanças Climáticas e suas Consequências em Territórios Semiáridos, para a realização de uma palestra, no dia 21 de agosto de 2024, com a temática “Gestão Integrada de Recursos Naturais e Uso Sustentável da Caatinga”, o público presente pôde participar e debater sobre a urgência em promover o uso múltiplo e sustentável que os serviços ecossistêmicos da Caatinga ofertam para as famílias agricultoras do semiárido, e, como a restauração socioprodutiva está se expandido em larga escala, para manutenção desses serviços e aumento da segurança alimentar das famílias e dos criatórios.
Para fechar a participação institucional no Congresso, a palestra sobre “O papel das Caatingas na Sociobioeconomia Regional” destacou, no dia 22 de agosto, a necessidade de olhar o bioma e os plantios socioprodutivos como ferramentas de gestão da propriedade e melhoria da geração de renda das famílias. É essencial compreender como a riqueza de biodiversidade da Caatinga fortalece os processos produtivos dessas famílias, enquanto chave para o combate à desertificação da região.