Em parceria com a Fundação Araripe, MMA e FAO lançam projeto REDESER em Uauá, na Bahia
Na quarta-feira, 27 de setembro, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), juntamente com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em parceria com a Fundação Araripe, lançou o projeto REDESER no município de Uauá, Bahia.
O projeto será desenvolvido localmente numa parceria da Fundação Araripe com a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (COOPERCUC) e a Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE). O objetivo principal é apresentar modelo de gestão integrada dos recursos naturais em 13.000 hectares em áreas de Fundo de Pasto de 12 comunidades envolvendo 1.500 famílias que trabalham com o uso comunitário da terra. Os recursos são do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
Segundo Alexandre Pires, diretor de Combate a Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, “a expectativa é que a Fundação Araripe e as comunidades de fundo e fecho de pasto, que têm uma prática de gestão do território de manejo e preservação da Caatinga, possam ter uma experiência de aprendizado mútuo, que contribua o com Ministério na construção de outros projetos nessa agenda do combate a desertificação e convivência com o semiárido”.
O município de Uauá foi escolhido por causa da forte pressão sobre o uso da terra, níveis avançados de degradação, baixos níveis de desenvolvimento humano e alto potencial de utilização sustentável da Caatinga para suporte forrageiro dos rebanhos e a produção de frutos nativos.
Francisco Campello, Diretor Técnico da Fundação Araripe, falou sobre os desafios das ações propostas para as comunidades. “É desafiador apresentar um modelo de gestão para as áreas de fundo de pasto de maneira que elas possam ter seu potencial ambiental percebido pelas comunidades e definir as formas de uso sustentável desse potencial para fortalecimento delas. Outro desafio é apresentar propostas de restauração de áreas degradadas, aproveitando experiências que já foram realizadas na região pela Embrapa”. De acordo com Campello, o projeto inclui um processo de formação que envolve a Universidade Federal Vale do São Francisco (UNIVASF) e Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE), que visa promover ações estruturantes para dar continuidade no futuro.
A união dos componentes ambiental, social e produtivo é o foco para combater a desertificação no Nordeste. Para isso, serão instaladas Unidades Demonstrativas (UD’s), onde serão implementadas ações de manejo sustentável da Caatinga e de Sistema Apícola, visando sua replicabilidade em municípios vizinhos onde comunidades de fundo e fecho de pasto são numerosas.
O evento contou com a participação de Alexandre Pires, Diretor Nacional de Combate a Desertificação do Ministério do Meio Ambiente – MMA, do gerente de operações da FAO no Brasil, Tiago Queiroz Menezes, do coordenador do REDESER, Manoel Timbó, da reitora em exercício da UNIVASF, Lúcia Marise, Bruno Cezar Silva, Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da UNIVASF, de Patrícia Campello, Secretária Geral da Fundação Araripe, Gerusa Alves, coordenadora geral da Acoterra, Jussara Dantas, diretora da Coopercuc e coordenadora do território Sertão São Francisco, Cícero Félix, coordenador Nacional da Articulação do Semiárido (ASA), Adriano Zeferino, representante da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) Bahia, Bruno Lima, Secretário do Meio Ambiente e Cultura de Uauá, Adilson Mota, Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Monte Santo, prof. Aurélio José de Carvalho, do Instituto Federal Bahiano ,Valdevino Rodrigues, representante das comunidades de fundo e fecho de pasto, além de representantes do IRPAA, equipe técnica do projeto, agricultores e agricultoras familiares das comunidades.