Fundação Araripe apresenta experiências de gestão em missão internacional da FAO
A Fundação Araripe (FA) participa, nos dias 20,21 e 22, de uma missão internacional no Brasil para conhecer os fundamentos do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e trocar experiências sobre novas tecnologias de monitoramento e gestão de recursos hídricos, para que cada país possa adaptar esses conhecimentos aos diferentes contextos e necessidades locais.
Durante o evento, a FA fará a apresentação do projeto REDESER, projeto que pretende reverter a degradação ambiental em comunidades tradicionais de Fundo de Pasto em Uauá, na Bahia, garantindo o fluxo dos serviços dos ecossistemas, promovendo a gestão integrada dos recursos naturais, gerando benefícios ambientais e contribuindo para a redução da pobreza.
Representantes de cinco países da região do Sistema de Integração Centro-Americana/SICA (Honduras, Guatemala, Panamá, República Dominicana e Costa Rica) participam de uma missão internacional no Brasil para conhecer os fundamentos da Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e trocar experiências sobre novas tecnologias de monitoramento e gestão de recursos hídricos, para que cada país possa adaptar esses conhecimentos aos diferentes contextos e necessidades locais. Durante uma semana, a delegação participa de conferências e visitas de campo na cidade de Petrolina, em Pernambuco, e arredores.
Esta missão é parte do novo projeto de cooperação internacional “Inovação para a redução de riscos agroambientais nos países do Corredor Seco Centro-Americano: Zoneamento Agrícola para Riscos Climáticos (ZARC) e Gestão de Recursos Hídricos”, uma iniciativa conjunta entre a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que tem o objetivo de contribuir para a mitigação dos efeitos das secas em três países (Guatemala, El Salvador e Honduras) nas áreas de agricultura familiar e desenvolvimento rural.
Durante a missão, participam pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – das unidades Embrapa Solos, Embrapa Semiárido e Embrapa Agricultura Digital – e representantes da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), do Banco do Nordeste do Brasil, do Instituto Regional da Pequena Agricultura Apropriada (IRPAA) e da Fundação Araripe.
Conhecendo as experiências brasileiras
A delegação internacional participa de uma série de conferências e troca de experiências, abordando temas como zoneamento agroecológico para manejo e uso sustentável do solo e água; gestão de recursos hídricos; tecnologia de captação e armazenamento de água para o Semiárido; seguros agrícolas brasileiros como Garantia Safra e Proagro, entre outros. Também será apresentada a experiência do projeto Redeser, executado pela Representação da FAO no Brasil para combater a desertificação no Semiárido brasileiro.
Além disso, os integrantes da missão participarão de visitas de campo para conhecer experiências do sistema Agro Caatinga, boas práticas no uso sustentável de agrossistemas, agroindústria láctea da agricultura familiar, áreas de preservação ambiental para reverter a desertificação, tecnologias de aproveitamento de água da chuva, com cisternas, entre outros.
Semiárido e Corredor Seco Centro-Americano: semelhanças
A convivência da agricultura familiar com a escassez de água é o denominador comum entre a realidade vivida pela pequena agricultura nos países do Corredor Seco e Zonas Áridas da região do SICA e o Semiárido brasileiro. Estima-se que cerca de 10,5 milhões de pessoas vivam no Corredor Seco Centro-Americano e, aproximadamente, 50% dessa população viva em condições de pobreza. Quase dois milhões de famílias dependem da agricultura de subsistência e estão constantemente em risco de insegurança alimentar. No Brasil, a região semiárida ocupa 12% do território brasileiro e abriga cerca de 28 milhões de habitantes divididos entre áreas urbanas (62%) e rurais (38%), sendo um dos semiáridos mais povoados do mundo. As secas prolongadas são um antigo fantasma para aqueles que vivem no semiárido nordestino brasileiro e para os que habitam as terras áridas dos países do SICA.
O projeto
O projeto “Inovação para a redução de riscos agroambientais nos países do Corredor Seco Centro-Americano: Zoneamento Agrícola para Riscos Climáticos (ZARC) e Gestão de Recursos Hídricos” faz parte das atividades do projeto Iniciativa América Latina e Caribe sem Fome 2025, no âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO.
Com duração de 18 meses, a iniciativa visa melhorar as capacidades institucionais para a tomada de decisões relacionadas aos sistemas produtivos do Corredor Seco e zonas áridas da região SICA, para aumentar a resiliência e adaptação às mudanças climáticas desses países.
Através deste projeto, será fornecida cooperação técnica e a experiência da Embrapa no ZARC com o objetivo de adaptar essa ferramenta às condições dos países participantes e realizar um trabalho piloto de zoneamento em alguns cultivos em 30 municípios do Corredor Seco Centro-Americano e zonas áridas da República Dominicana.
Este projeto contribui com as propostas de investimento da Iniciativa Mão na Mão – Construindo Resiliência no Corredor Seco e Zonas Áridas da região do SICA, que foram apresentadas pelas autoridades da Secretaria Geral do SICA, o Conselho Agropecuário Centro-Americano (CAC), a Comissão Centro-Americana de Meio Ambiente e Desenvolvimento (CCAD), a Secretaria de Integração Econômica Centro-Americana (SIECA) e o Centro Regional de Promoção da Mipyme (Cenpromype), com o apoio da FAO.