Projeto Sertão Vivo é lançado e vai destinar mais de R$ 1,8 bilhão para os nove estados do Nordeste
Fundação Araripe participa da cerimônia, capitaneada pela governadora Raquel Lyra, com a presença do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante e da diretora Socioambiental do Banco, Tereza Campello.
Nesta quinta-feira (20), a Fundação Araripe, representada pela sua secretária geral, Patrícia Campello, e pelo seu diretor técnico e presidente do Conselho da Reserva da Biosfera da Caatinga, Francisco Campello, esteve presente no lançamento do Sertão Vivo, uma iniciativa voltada para promover o desenvolvimento sustentável no semiárido nordestino, uma parceria entre Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o Governo de Pernambuco. A cerimônia de lançamento, capitaneada pela governadora Raquel Lyra. foi realizada no Palácio do Campo das Princesas, em Recife, e contou com a presença do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, da diretora Socioambiental do Banco, Tereza Campello.
Com o Sertão Vivo, os recursos serão empregados pelo Governo do Estado de Pernambuco na implementação de sistemas de produção agrícola adaptados ao clima, cobrindo uma área estimada de 25.237 hectares. O foco é ampliar o acesso à água para a agricultura em municípios enfrentando desafios sociais, climáticos, hídricos e alimentares. A iniciativa combina políticas climáticas com estratégias de gestão hídrica, adoção de práticas sustentáveis e redução da pobreza, visando fortalecer os serviços ecossistêmicos e apoiar agricultores familiares na adaptação às mudanças climáticas.
“Sabemos que o semiárido será uma das regiões mais afetadas pelo aumento de temperatura. A região já vive esse processo de territórios transitando de semiárido para pequenos desertos. No Sertão Vivo, vamos garantir que as famílias tenham assistência técnica, acesso a equipamentos, cisterna de produção, insumos e um conjunto de situações que permitam que essas famílias convivam com as mudanças climáticas”, explicou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello. “O sertanejo nordestino desenvolveu todo um conhecimento, uma experiência de convivência com o semiárido, que é bem diferente em outros lugares. Esse projeto também vai ser uma experiência para outros territórios do mundo”, completou, lembrando a parceria com as Nações Unidas no projeto. completou.
No total, o projeto destinará mais de R$ 1,8 bilhão para os nove estados da região Nordeste. Inicialmente previstos em R$ 1 bilhão para quatro estados, os recursos foram aumentados em quase 100% pelo BNDES devido à crescente crise climática na região. Um estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) revelou que no ano passado houve um aumento de 52% das áreas semiáridas no país, culminando na formação da primeira área árida do Brasil, que abrange 5,7 mil km², na divisa entre Pernambuco e Bahia.
A estimativa é que o Sertão Vivo beneficie um total de aproximadamente 400 mil famílias (cerca de 1,6 milhão de pessoas) em situação de vulnerabilidade nos estados contemplados. Com esta iniciativa, o BNDES visa fortalecer a resiliência das comunidades rurais frente às mudanças climáticas, promovendo tecnologias para captação, armazenamento e reuso de água, diversificação da produção agrícola com aumento da produtividade e restauração de biomas, além de melhorar a capacidade de enfrentar períodos de seca e reduzir emissões de gases de efeito estufa.
No estado de Pernambuco, o projeto inclui a implementação de quintais produtivos para 10.800 famílias, cisternas de produção para 6 mil famílias, sistemas de reuso de água para 4.500 famílias, roçados para 9.300 famílias, além de práticas de gestão hídrica eficiente em 1.350 hectares e sistemas agroflorestais com espécies nativas da caatinga adaptadas ao semiárido.
Texto: Patrícia Lyra