CONHEÇA AS TECNOLOGIAS USADAS EM NOSSOS PROJETOS
Apicultura
A apicultura é a técnica que consiste na criação de abelhas exóticas (Apis melífera) com o objetivo de produzir mel, própolis, geleia real, pólen e cera de abelha.
Além de fornecer diversos benefícios econômicos diretos e indiretos, a atividade apícola também é considerada um meio de manutenção do homem no campo, visto que possibilita o desenvolvimento de atividades que geram renda ao produtor, sobretudo na agricultura familiar (FAO, 2013).
Nesse contexto, a produção de mel é um potencial fonte de renda na região, pois além dos benefícios sociais e econômicos, a apicultura contribui para a manutenção e conservação da biodiversidade e seus serviços ecossistêmicos.
O mel do Bioma Caatinga e seus derivados se destacam no mercado internacional estando entre os mais puros do mundo. O Brasil, alcançar o patamar de décimo primeiro produtor de mel, trazendo benefícios significativos para as famílias e para a economia regional. Desta forma a Biorregião do Araripe se destaca com uma produção média de 60kg de mel por caixa.
Barragem Base Zero-BBZ
É uma tecnologia construída com pedras encaixadas sem argamassa de forma a deixar espaço para a água passar e pode chegar a um metro de altura.
A Barragem Base é uma tecnologia social que serve para diminuir a velocidade da água freando os processos erosivos. Ela é implantada ao longo de rios e riachos, como também ao longo das linhas de água do terreno, com o propósito de impedir que o solo seja arrastado pela força da água.
A BBZ é eficiente no controle dos processos erosivos de maneira geral, diminuindo a perda de solos, evitando o assoreamento dos rios, reduzindo o risco em áreas de desabamento do solo e mitigando o efeito das enxurradas.
Os barramentos sucessivos ao longo dos leitos dos rios, proporcionam um diferencial, pois além de reduzir o efeito do carregamento dos nutrientes, contribui também no armazenamento das águas pluviais, diminui a velocidade das chuvas e das enxurradas fazendo com que as águas percolem (sejam filtrads) no subsolo, recuperando as nascentes e matas ciliares.
É também uma importante ferramenta para a recuperação de áreas degradadas em níveis mais severos, sendo essenciais para a estabilização do solo e melhoria da qualidade dos recursos hídricos.
Clinômetro Rústico e Nivelador de Alvo
São equipamentos utilizados desde a antiguidade cuja finalidade é auxiliar no processo de medições e determinação dos pontos e distâncias, da declividade e nivelamento, tais tecnologias são utilizadas simultaneamente para mensuração de áreas.
Esses equipamentos permitem definir as técnicas necessárias para diminuir a velocidade da água e evitar erosão. Também são utilizados para marcação das curvas de níveis nos terrenos.
O Clinômetro Rústico ou perpendiculo é um aparelho que já é usado há séculos, desde os egípcios na construção de túneis e estradas, para delimitar e determinar a declividade.
O Nivelador de Alvo é utilizado desde os povos antigos que dominaram a fabricação de tubos de vidro, para o traçado de construções de canais, estradas e construção civil. Sendo o nivelador, o precursor dos atuais aparelhos topográficos de lunetas.
É um instrumento de grande serventia utilizado em diversas atividades agrícolas, principalmente nas práticas de conservação do solo e da água e na irrigação, tais como curvas de nível, terraceamento, sulcos em contorno, cultura em faixa, canais de escoadouros, canais de irrigação, drenagem e carreadores.
Devido à sua simplicidade, rusticidade e baixos custos podem ser fabricados por qualquer carpinteiro, sendo seus componentes encontrados em todas as vilas e localidades.
O Nivelador de Alvo atualmente é um instrumento indispensável ao produtor rural, face às exigências legais do Novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651, de 25 de maio de 2012).
Comercialização Justa e Solidária
Com o objetivo de ampliar e melhorar a produção advinda da agricultura familiar à Fundação Araripe incentiva, apoia e fomenta possibilidades de inserir no mercado, tanto local como externamente os produtos, com base nos princípios da economia solidária.
Desta maneira, ações de incremento ao Comércio Justo e Solidário visa o fortalecimento da comercialização da produção rural que é um dos maiores desafios para a agricultura familiar.
Seu objetivo é superar as dificuldades de comercialização dos empreendimentos solidários, valorizando a dinâmica da econômica local e de autogestão, de forma a fortalecer a democracia das decisões, permitindo condições justas de produção, agregação de valor ao produto. E ainda, promover o desenvolvimento local em direção à sustentabilidade, praticar o respeito, cuidado e conservação do meio ambiente, e, sobretudo, o respeito à diversidade e garantia de equidade e não discriminação, com remuneração digna tanto para o produtor como para a produtora.
Nessa prática, também é possível encurtar a cadeia comercial, eliminação dos atravessadores e intermediários, aproximando o produtor(a) do consumidor, além de criar elos na cadeia de comercialização, dando a possibilidade de contato com compradores em escala. O Comercio Justo e Solidário promove também o consumo responsável.
Cordão de Pedra
Os Cordões de Pedra, em curva de nível, consistem em um caminho de rochas que funciona para diminuir a velocidade da água que pode devastar o solo fragilizado. Com essa tecnologia é possível garantir que os nutrientes e a água sejam infiltrados e armazenados no solo.
Os cordões de pedra em contorno segmentam o comprimento dos declives, fazem diminuir o volume e a velocidade das enxurradas, forçam a deposição de sedimentos nas áreas onde são construídos, formando patamares naturais.
Em consequência, provocam aumento na profundidade efetiva do solo e diminuem os desgastes provocados pela exportação de sedimentos, nutrientes e matéria orgânica, melhorando a condição de infiltração, o armazenamento de água para as plantas e a manutenção do carbono no solo.
Curva de Nível
A Curva de Nível é uma tecnologia para determinar uma linha imaginária que une dois pontos que possuem a mesma altitude.
É uma prática de conservação de solo que permite produzir em terrenos declivosos evitando a erosão.
Extrativismo
O extrativismo é uma atividade onde os produtores e produtoras trabalham com a extração de bens da natureza em base sustentável. É uma atividade econômica importante, na obtenção de recursos da natureza para fins econômicos ou para a subsistência.
Os produtos não-madeireiros são bases sustentáveis para famílias que realizam o beneficiamento e comercialização, por meio do beneficiamento de frutos nativos transformando-os em polpas, doces, sucos ou farinhas, possibilitando a produção de licores, geleias, biscoitos, compotas e complementos alimentares.
Essa prática sempre esteve presente na história, tendo ainda grande importância no desenvolvimento econômico de comunidades por todo o Brasil.
Fogão Agroecológico
O Fogão Agroecológico é uma tecnologia que foi pensada e construída de forma a tornar os fogões a lenha mais eficientes, em termos do uso da madeira e eliminação da fumaça, evitando danos à saúde humana principalmente das mulheres, além de ser ambientalmente positivo, considerando que boa parte da população, nas zonas rurais do Nordeste, ainda utiliza o tradicional fogão a lenha.
Os principais objetivos da disseminação e uso dos Fogões Agroecológicos são tornar o uso da lenha sustentável, além de evitar problemas de saúde, melhorar a qualidade de vida das famílias e conservar a paisagem.
O uso do Fogão Agroecológico, por ser projetado para um consumo mínimo de lenha, permitindo a substituição de lenha grossa por gravetos, tem um impacto positivo contribuindo com o não desmatamento da Caatinga, sendo uma tecnologia socioambiental sustentável e de eficiência energética.
Manejo Florestal
O Manejo Florestal Sustentável é um conjunto de tecnologias, que permite a utilização das florestas em base sustentável, buscando reproduzir o ciclo natural da floresta, mantendo-a em pé e contribuindo para a conservação de sua biodiversidade, produtividade, capacidade de regeneração e demais funções ecológicas, econômicas e sociais.
O Manejo Florestal é apresentado como uma alternativa que permite atender as demandas da sociedade em base sustentável, sem necessitar de desmatamento.
Ademais, a não valorização dos recursos florestais faz com que o agricultor busque outras atividades econômicas, provocando mudanças na paisagem, reduzindo a área de cobertura florestal, por meio do uso alternativo do solo, comprometendo atividades tradicionais de extrativistas, os serviços ecossistêmicos e a biodiversidade do Bioma Caatinga.
Manejo Silvipastoril
O Manejo Silvipastoril é uma opção tecnológica de integração da pecuária com a floresta (ILPF), permitindo que os animais possam se alimentar utilizando o potencial forrageiro da Caatinga.
A pecuária é uma atividade de grande impacto na paisagem, pois retira a vegetação nativa para implantação de pastagens. O Manejo Silvipastroril permite a realização da pecuária sem a implantação de pastagens, sendo uma tecnologia regenerativa resiliente de baixo carbono, permitindo uma pecuária verde que promove uma alimentação eficaz com espécies nativas da Caatinga, por meio de aplicação de técnicas como rebaixamento, raleamento e manejo adequado.
Essas técnicas têm o objetivo de obter uma rebrota de espécies palatáveis para os animais, ao mesmo tempo que evita o desmatamento de uma área de Caatinga para implantação de pastagem, evitando o aumento da degradação do solo e perda da biodiversidade, dos serviços ecossistêmicos e da paisagem, com foco em uma agricultura regenerativa de baixo carbono.
Plantio
O Plantio Florestal é uma prática utilizada para restauração ambiental de áreas degradadas, enriquecimento de vegetação nativa, produção de determinados produtos como varas, estacas e frutos. A Fundação Araripe desenvolve projetos de restauração ambiental por meio de Plantios Florestais, principalmente de espécies nativas.
O Plantio Florestal pode ser realizado de diversas maneiras: plantios em linha, em faixas, adensados, consorciados, nas cercas das propriedades, nas estradas, nos quintais das famílias, ao logo das cercas e nos sistemas agroflorestais.
As distancias entre as mudas vão variar de acordo com os objetivos e a profundidade das covas de acordo com o tipo de terreno.
Processos de Formação
A Fundação Araripe desenvolve há anos processos de formação técnica, fomentando e oferecendo capacitação para os atores locais, por meio de processos pedagógicos participativos, envolvendo as comunidades locais na identificação dos problemas e apresentando alternativas para revertê-los.
O processo de formação assume um importante papel vez que possibilita o protagonismo das comunidades rurais, por meio de uma ação educativa possibilitando um importante papel no desenvolvimento das comunidades rurais, possibilitando uma maior interação social, econômica e cultural, além de difundir conhecimentos e saberes tradicionais e sociais promovendo troca de conhecimento.
A Fundação Araripe por meio dos processos de formação busca definir uma institucionalidade local que possibilite a difusão das boas práticas pelas próprias comunidades rurais, criando assim, uma segurança quanto à continuidade dos sistemas produtivos sustentáveis e a capacidade para reverter os processos de degradação do solo e da biodiversidade.
Sistemas Agroflorestais
São sistemas produtivos onde espécies florestais, agrícolas e forrageiras são cultivadas de forma combinada num mesmo local, possibilitando um melhor uso do solo e garantindo dessa forma uma melhoria dos aspectos ambientais e a produção de alimentos, madeiras e produtos não madeireiros.
Os Sistemas Agroflorestais são desenhados e implementados de forma lógica, pensada na produção, onde deve ser levado em consideração o clima, o solo, a composição das espécies, os arranjos, a operação e o objetivo da produção, além de custos e legislação.
Seu objetivo é garantir que todas as espécies da área se desenvolvam juntas. O produtor combina o que for ser plantado em uma combinação produtiva. Essa tecnologia proporciona benefícios econômicos para os produtores, pois garante renda ao longo do tempo, visto que podem comercializar primeiro as espécies que têm um crescimento mais rápido, como os agrícolas, comercializando em seguida as espécies de médio prazo, como as frutíferas e, por fim, as de longo prazo, como as madeireiras que possuem maior valor agregado.
Viveiro
O Viveiro, também conhecido como “berçário de plantas” é um local onde as mudas são produzidas para garantir que sejam produzidas de forma adequada, no tempo correto de serem transportadas aos locais de plantio, considerando a melhor época e o tamanho correto.
No Viveiro uma parte da área é reservada para implantação de canteiros onde são produzidas as mudas, espaço para guardar os insumos (sementes, barro, areia e esterco), bem como ambiente para acondicionamento das sementes e quebra de dormência.
A Fundação Araripe apoia e difunde a implantação de viveiros nas comunidades e nos municípios, como forma de termos oferta de mudas de espécies nativas para serem distribuídas para plantios junto as famílias.